Procrastinação ou Preguiça?

Não confunda. Apesar de muito parecidas essas duas irmãs são bem diferentes.

Todo mundo já se viu nessas duas situações.

Procrastinação é quando evitamos o que nos comprometemos a fazer, sem uma justificativa razoável, mesmo sabendo que esse comportamento nos prejudica. 

Nós procrastinamos situações que nos causam stress e desconforto. A probabilidade é sempre maior de prorrogar obrigações que nos façam sentir inseguros, ou que alimente o questionamento quanto a nossa competência diante do que precisa ser feito. É raro encontrar alguém que evite e atrase momentos de prazer. A procrastinação é praticamente um mecanismo de defesa.

Visto que a Procrastinação é motivada por sentimentos negativos, algumas pessoas são mais suscetíveis que outras. Pessoas que tem dificuldade regular suas emoções e que sofrem com baixa auto estimas são coincidentemente grandes procrastinadores. Perfeccionistas também estão no grupo de procrastinadores profissionais! Pois, o medo de falhar ou de não alcançar o “nível de qualidade” esperado o faz postergar ao máximo.

Preguiça é diferente. Ela está relacionada ao cansaço e a falta de energia física. Indisposição para o trabalho. Considerada pecado capital pelo cristianismo, é muitas vezes o resultado de hábitos e rotinas insalubres. 

Sentir-se preguiçoso não é necessariamente algo negativo, pois vivemos em uma sociedade alucinada pelo trabalho constante e necessidade de produtividade contínua. Períodos de ócio intencional fazem muito bem para a saúde mental.

Falando em saúde, preguiça não é doença, mas pode ser sintoma. Excesso de indisposição, sono, falta de motivação e passividade são sinais de inúmeras patologias, incluindo a silenciosa e perigosa depressão. É necessário um olhar atento para tua vida.

Alguns sintomas da preguiça são um convite a reflexão. Pode ser um pedido de pausa que o corpo e a alma fazem com o intuito de reavaliar o caminho da vida até esse momento. A alma muitas vezes exige beleza, tempo e prazer.

Pessoas ao teu redor não perderão a oportunidade de serem duros e julgarem seu comportamento. Lembre-se de exercitar sempre a auto-compaixão e o auto-cuidado. Questione sua rotina, alimente-se de forma saudável, exercite-se, mantenha-se hidratado e durma bem. 

Procastinação ou Preguição não são um fim, são apenas alarmes que nos ajudam a corrigir o curso na nossa vida.

Livros que recomendamos sobre o tema:

O DIREITO À PREGUIÇA, Paul Lafargue

“Esta obra é um manifesto de celebração ao ócio. Publicado em 1855O direito à preguiça – esse texto irreverente e polêmico – enaltece as virtudes do pecado capital e denuncia a degradação física e intelectual causada pelo trabalho.”